Enquanto estados produtores de carne bovina como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo buscam sinergia para se livrar da vacinação dos rebanhos contra a febre aftosa, há quem aposte na produção do medicamento que protege os animais da doença. A Merial, multinacional que atua no ramo de saúde animal em 150 países, está erguendo no interior de São Paulo uma fábrica de vacinas que pretende elevar entre 20% a 30% a sua capacidade de produção no país, conforme o diretor presidente da empresa, Jorge Espanha.
Em entrevista ao Agronegócio Gazeta do Povo, o executivo afirmou que a nova unidade faz parte das estratégias da companhia para ampliar sua participação no mercado brasileiro de vacinas contra aftosa, atualmente em 18%, e também no exterior. “Estamos criando um centro de excelência da aftosa no Brasil, para América Latina e também para outros mercados. Existe uma tendência de produção de banco de antígeno no mundo”, disse.
Sobre a previsão do tamanho desse mercado no país nos próximos anos, Espanha ressalta que ele tem se estabilizado, em torno de US$ 340 milhões – e está totalmente relacionado ao aumento ou diminuição da população de bovinos “ou com programas de fronteira ou mesmo com alterações na legislação, que podem ocorrer”. A construção da fábrica em Paulínia (SP) vai custar à empresa R$ 120 milhões e a inauguração está prevista para 2015.
O anúncio do investimento ocorre poucas semanas após o Brasil iniciar a campanha de vacinação dos rebanhos contra a doença. Atualmente, somente Santa Catarina tem o status de estado livre da aftosa sem vacinação. O governo do Paraná aposta em ganhar o mesmo status do estado vizinho em 2015. Isso porque deve reforçar o quadro de defesa sanitária ainda neste ano com a contração de 600 novos servidores. A qualificação do pessoal, porém, deve levar um ano, conforme a Agência de Defesa Agropecuária do estado (Adapar).